terça-feira, 28 de outubro de 2014

Play the Game!




Para ter sucesso na carreira é preciso saber jogar o jogo, ou do inglês, “play the game”. Ou seja, é necessário conhecer as regras, fazer alianças, se dedicar ao que realmente importa, ter foco, entregar resultados e conhecer aonde se quer chegar.

Por outro lado, quem não sabe jogar o jogo coloca muita emoção nas questões profissionais, debocha dos gestores, leva tudo para o lado pessoal, mal sabe o que é feito na organização, não tem visão do todo e tem dificuldade em medir seus próprios resultados. Em resumo, é como um barco a deriva.

Usando o futebol como analogia, onze jogadores entram em campo enquanto a torcida fica do lado de fora gritando, berrando e torcendo, pois é o máximo que pode fazer. Quando o seu time perde choram, brigam, xingam, quebram ônibus e até se matam pois não sabem jogar o jogo, ou seja, não “play the game”. Alguns nem conhecem as regras. Por outro lado os jogadores se respeitam, trocam de camisa ao final do jogo, apertam as mãos, trocam de clube, respeitam as dificuldades uns dos outros. Sabem que não se faz o gol sozinho. Que é preciso fazer parcerias, receber os passes, construir as jogadas. Até mesmo o estado emocional influencia.

Acompanhando as discussões sobre as eleições presidenciais deste ano, me deparei com a mesma situação. Os eleitores me pareceram torcedores apaixonados por um determinado time sem conhecer as regras do jogo, sem saber como se operacionaliza as conquistas de um partido ou de um político. Enquanto de forma diferente os políticos se respeitam por conhecerem as praticas do jogo, apesar do calor das discussões quase levarem os adversários a ultrapassarem a barreira da ética. Vejo um distanciamento muito grande entre o povo apaixonado e os políticos que entram em campo.

A multidão decepcionada por sua vida não ter melhorado num passe de mágica, segue dando bofetadas no seu já conhecido Judas enquanto aguarda a chegada de um novo herói.