sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Tempo de resposta



Por que uma pessoa parece enrolada? Creio que um profissional demora para atender a uma solicitação por dois aspectos, ou ele está inseguro ou está muito ocupado. E quem não gosta quando uma pessoa nos da respostas rápidas e objetivas? Que nos atende quando precisamos? 

Me lembro de um mestre de obras que me fascinava pela disponibilidade que ele tinha para nos atender. Entregava rápido o que lhe era pedido, apesar de ter tantas coisas para fazer. Por outro lado, havia um outro profissional que normalmente não conseguia atender a tempo o que lhe era pedido. Esse último também era um ótimo profissional, mas havia um desequilibro com uma ou com as duas características citadas acima. 

A segurança é conquistada com muita preparação para a função desempenhada. A experiência possibilita o desenvolvimento desse requisito. Quando se trabalha muito tempo em uma mesma função, naturalmente se desenvolve um rápido tempo de resposta. Mas normalmente, devido às mudanças do mundo corporativo, o profissional tem que se diversificar e atuar em funções diferentes. Com isso o seu tempo de resposta é reduzido, o que pode soar como insegurança. Mas por outro lado, fazer coisas diferentes aumenta a empregabilidade do profissional. Além de trazer uma série de benefícios para a empresa e para a pessoa. Nesses casos, quando se inicia uma atividade nova, é necessário mergulhar de cabeça para se conseguir um nível mínimo de segurança em um curto período de tempo. 

A disponibilidade é conseguida com uma boa organização do tempo, planejamento das tarefas, disciplina, foco e autoconhecimento. É necessário se conhecer para saber em quanto tempo conseguirá responder às demandas que nos são solicitadas. É necessário também saber dizer não quando não puder ajudar. E finalmente, é necessário renunciar a algumas oportunidades para não comprometer o seu tempo de resposta e a sua performance nos projetos já em andamento. Para quem gosta de fazer várias coisas, esse último item talvez seja o mais difícil. Ele deve ser compensado por meio do desenvolvimento dos pontos citados na primeira frase desse parágrafo. Ou seja, com mais disciplina e organização do tempo é possível aumentar a produtividade e realizar mais coisas. 

Saber se posicionar e estar preparado para as demandas que surgem todos os dias é um grande diferencial para um bom profissional. E você como se organiza para não parecer uma pessoa enrolada? 

sábado, 11 de junho de 2016

0 dias sem acidentes




Nas boas empresas a segurança do trabalho é tratada com seriedade. Nas multinacionais se um acidente acontece em uma unidade da China por exemplo, ele é repercutido negativamente em todas as outras unidades. Podendo até mesmo impactar o valor financeiro de alguns benefícios pagos aos funcionários. Nelas existe uma cultura de prevenção de acidentes. Departamentos de saúde segurança e meio ambiente desenvolvem regulamentos e fiscalizam a sua aplicação. As informações são insistentemente transmitidas a todos os funcionários. Estes são incentivados a multiplicar essa cultura e a questionar a execução de trabalhos quando percebem que são inseguros.

Não importa o motivo para tanta preocupação. Talvez para não perder produtividade, talvez para que essas empresas possam participar de fundos de investimentos mundiais cujos requisitos sejam a segurança ou talvez para evitar as multas aplicadas pelo ministério do trabalho. O que importa é que para as empresas sérias isso funciona. Por isso elas exibem em suas unidades, logo na entrada, uma placa informando a quantidade de dias trabalhados sem acidentes com afastamento.

Por outro lado os atos de violência em nosso país são tratados de forma bem menos organizada. Poderíamos chamar de assassinatos com afastamento. Eles ocorrem com tanta frequência que falta espaço no noticiário diário para reportar tanta tragédia. Existem até programas de TV específicos para noticiar as barbáries. E na maioria das vezes assistimos passivos a tudo isso. Sem mudar em nada o curso normal de nossas vidas. A menos que aconteça com alguém próximo a nós.

A nossa placa de acidentes, ou melhor, de assassinatos com afastamento nunca saiu do zero. Ela é zerada todos os dias. As empresas já passaram por momentos assim no início da industrialização, onde as condições de trabalho eram piores e os acidentes mais tolerados. Comparando com países como Canadá e Japão, onde a taxa anual de homicídio por 100 mil habitantes é menor que 2, tenho a sensação que eles evoluíram enquanto nós seguimos vivendo nas condições da revolução industrial. Sem saber o que fazer para mudar esse quadro.


Como acontece nas empresas, entendo que deveríamos ser impactados por cada crime ocorrido na grande organização que fazemos parte e chamamos de país. Quem sabe uma paralização geral no dia seguinte a cada ato violento ou um pronunciamento do presidente? Não sei. Mas deveria ser algo que nos causasse um incômodo. Assim seriamos forçados a trabalhar na solução da diminuição da violência no nosso país. 

sábado, 30 de abril de 2016

Die with your boots on


"Die with your boots on" é uma expressão inglesa que se refere a morrer enquanto está na ativa. Lutando. Em português seria algo como "morrer de botas". Implica que não se desistiu aguardando a morte chegar.

Fontes dizem que a origem vem do velho oeste americano do século 19. Se referia aos cowboys que morriam na batalha.

Trazendo para a realidade do mundo corporativo, vivemos hoje um momento de crise econômica. Muitas pessoas estão sendo demitidas. Pessoas próximas a nós. Isso cria um clima de insegurança e desânimo. Nessas horas os naturalmente pessimistas ganham força com seus discursos desanimadores. A produtividade cai e a criatividade necessária à condução das mudanças e das soluções não aparece. 

As pessoas vão para o trabalho imaginando que aquele poderá ser o dia da sua demissão. Acabam gastando seu tempo em rodas de fofoca esperando pela nova profecia do apocalipse. 

E tudo isso me lembra a música "Die with your boots on" do Iron Maiden! Se você vai morrer, morra com as botas! No campo de batalha! Procure alternativas para a sua vida e para a sua empresa. Esqueça as profecias. Você também é responsável por fazer elas acontecerem. As suas ações podem mudar tudo!

Não vem ao caso perguntar quando vai ser. Não vem ao caso procurar a quem culpar. Se for para acontecer vai acontecer. Por isso se mova, Estude. Trabalhe. Viva um dia de cada vez e faça seu melhor.

Deixo adiante o link para a letra e o video da canção que motivou o texto. Cos if you're gonna die...!

http://www.vagalume.com.br/iron-maiden/die-with-your-boots-on-traducao.html








sexta-feira, 8 de abril de 2016

A Carreira Técnica dos Atores



Como construir uma carreira técnica bem sucedida em uma organização? Para tentar elucidar essa questão fiz uma análise da condução da carreira de ator, que considero técnica e valorizada. Médicos, advogados, bons professores e orientadores acadêmicos, também são bons modelos de profissionais da área técnica valorizados.

Antes, seguem minhas percepções sobre as carreiras técnicas e gerenciais:

Carreira técnica: Salários menores, variação horizontal, evolução lenta, menos status, falta de conhecimento sobre as possibilidades da carreira, profissional acomodado, submisso.

Carreira gerencial: Maiores salários, crescimento rápido, evolução vertical na hierarquia organizacional, mais status, mais informações sobre como evoluir na carreira, profissional automotivado, líder.

Na carreira de ator, não me parece ser comum a busca por cargos gerenciais, como de superintendente, diretor, planejador ou coordenador dentro de uma emissora de TV por exemplo. Os atores são focados nas suas carreiras técnicas de interpretar e representar personagens. Buscam se aperfeiçoar tecnicamente para crescer nessa carreira assumindo diferentes papeis em filmes e novelas. São talvez mais importantes para a emissora de TV do que os próprios administradores. Da mesma forma acontece com os médicos, creio que a maioria busca exercer a medicina e não administrar hospitais.

No mundo coorporativo, por outro lado, não é raro encontrarmos profissionais com o dilema entre seguir a carreira técnica ou a gerencial. Profissionais da área técnica que deveriam passar seu tempo se especializando, contribuindo e desenvolvendo suas habilidades, acabam se dispersando em busca da carreira gerencial. Isso acontece devido ao conceito negativo que existe com relação à carreira técnica e que já foi descrito no início do meu texto.
Esse cenário é prejudicial ao profissional, que acaba tendo uma carreira mal sucedida, e à sociedade, que deixa de produzir conteúdo técnico e cientifico que podem melhorar a qualidade de vida da população.

Segue finalmente a análise da condução da carreira de ator que pode nortear de forma comportamental os profissionais da área técnica: Fazem bons relacionamentos, participam de eventos sociais, programas de televisão e entrevistas para se manter em evidencia e conseguir bons papeis. Buscam evoluir na carreira passando de atores coadjuvantes, com papeis menos importantes para atores com papeis mais desafiadores até finalmente se tornarem protagonistas. Possuem postura de liderança, influenciam e desenvolvem de atores mais novos. São ótimos comunicadores, pois, além de atuar, precisam explicar seus papeis em entrevistas e programas de TV. Se preocupam com a imagem e com as roupas que vestem.

Atores são, portanto técnicos valorizados que não passam o tempo todo preocupados em assumir cargos financeiros e administrativos dentro da emissora. Assim também deveriam ser os que optam pela carreira técnica dentro das empresas. Deveriam ambicionar o desenvolvimento profissional e serem valorizados tanto quanto alguém que administra o negócio.