quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Discurso do Rei


O diretor da empresa discursou na formatura dos alunos do curso técnico para jovens carentes oferecido dentro da própria companhia. O curso teve duração de um ano. Durante a apresentação, ele exibiu os indicadores com a quantidade total de alunos que já se formaram nesse projeto social e com a quantidade de alunos que foram contratados pela empresa ou foram aproveitados por outras empresas da região. No final enfatizou que os melhores foram contratados.

Essa última frase pode chocar a princípio. Pensemos nos adolescentes daquele grupo que não acumularam ainda vitórias em seus currículos, que foram criados por pais opressores e que não receberam muitos elogios durante a vida. Portanto os mais fracos ou piores. É normal nos sensibilizarmos por eles. Porém, deixemos de lado o paradigma que valoriza os fracos no lugar dos fortes, e que sempre nos faz torcer pelo time que está perdendo. Vejamos as coisas pelo olhar do diretor.

Por que não valorizar os melhores? Buscar os que mais se destacam? As grandes organizações escolhem os melhores porque a sua existência depende disso. É importante procurar ser o melhor no que faz para contribuir com os outros e com a sociedade usando o máximo das suas possibilidades. Mas você pode se perguntar, onde se encaixam os que não são os melhores em nada? A boa notícia é que não nascemos prontos. Estamos em processo de mudança e evolução ao longo da vida. Devemos olhar para nossos adolescentes e ver uma obra em criação. Um rascunho. Em um ambiente propicio ao desenvolvimento e com um empurrãozinho na direção certa eles se tornarão pessoas de sucesso no que se propuserem a fazer.

Entretanto, fomos criados acreditando que uns nascem melhores que os outros. O tal do "dom". Que ou a pessoa é ou não é. E que, portanto alguns estão fadados ao fracasso por não demonstrarem grandes habilidades na infância ou na adolescência. Acreditamos que a vida inteira é uma fotografia do presente.

Por que não ver a vida como um filme onde gravamos nossa história acumulando muitos erros e acertos? Um engenheiro precisa estudar cinco anos e acumular pelo menos mais cinco de experiência  prática para estar apto a exercer plenamente a profissão. Ninguém nasce engenheiro.

Valorizemos então os fortes porém, sem excluirmos os fracos. Criemos um ambiente onde eles encontrem suas vozes para que possam contribuir melhor com a sociedade usando o máximo do seu potencial.

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